O Estado Novo

A política do Estado Novo, no seguimento da ditadura militar de 1926, assumiu como missão restaurar a "alma da pátria portuguesa" que segundo eles, os governos democrático-liberais da primeira república haviam procurado destruir. A ordem e o equilíbrio das contas públicas eram apresentados como exemplos de um país que voltou a reencontrar-se consigo próprio, aceitando com orgulho o que herdou do seu passado glorioso, fazendo a exaltação da raça, esquecendo as condições da sua vida de subsistência, num período de Guerra-Mundial em que não participámos ativamente mas que sofremos as agruras do racionamento e da falta de produtos.

Assim, no âmbito da comemoração dos centenários:

  • 1640-1940- Restauração da Independência;
  • 1143-1943- Independência de Portugal;

E por ação do então ministro das obras públicas, Duarte Pacheco e do então secretário de Estado, Oeiras, povoação limítrofe da Cidade de Lisboa acabou por ser beneficiada com infraestruturas de vulto de cariz nacional, construção da Estrada Marginal ou EN6, para substituir a velhinha Estrada Real, a autoestrada, o Estádio Nacional e o Liceu Nacional.

Com o Decreto-Lei n.º 34.143, de 24 de Novembro, art.º 1, estabelece-se a «criação de um Liceu Nacional, de dezasseis turmas, destinado à população escolar das zonas dos concelhos de Oeiras e Cascais, servido pela respetiva linha férrea».

Esta decisão, determinada pelo crescimento populacional da «Linha do Estoril», altera a que tinha sido estabelecida anteriormente, de criar «na zona ocidental da cidade» de Lisboa um liceu de 16 turmas, misto.

«É de todos conhecida a crescente e rápida expansão das numerosas povoações servidas pela linha de caminho-de-ferro de Cascais - expansão que constitui, sob vários aspetos, benéfico descongestionamento da capital. A criação de um liceu nessa zona, que tem uma população superior à de muitas capitais de distrito, apresenta vantagens de ordem geral que são de considerar, como seja, e em primeiro lugar, a de servir os interesses de mais de 20 000 famílias, com filhos a educar, sem a sujeição a longas distâncias a percorrer, a atrasos e faltas às aulas em virtude das dificuldades de transporte, a riscos de trânsito citadino e a contingências de perigo moral para crianças inexperientes. Há, por outro lado, a vantagem de aliviar os liceus da capital...»
(do Decreto-Lei n.º 34.143)

Presidiram às inaugurações da escola e do mercado, Baltasar Rebelo de Sousa Subsecretário de Estado da Educação Nacional, Eduardo de Arantes e Oliveira, Ministro das Obras Públicas, além do Presidente da Câmara Municipal engenheiro Álvaro José de Roure Ferreira Roquette.